Avaliação do impacto dosimétrico de erros de posicionamento do paciente em radiocirurgia de isocentro único
DOI:
https://doi.org/10.15392/2319-0612.2025.2874Palavras-chave:
radiocirurgia, isocentro único, desvios de posicionamento do pacienteResumo
Tratar múltiplas metástases cerebrais com isocentro único melhora a eficiência, mas exige maior acurácia para compensar os deslocamentos induzidos pela rotação, que aumentam com a distância entre o alvo e o isocentro. Foram avaliados vinte pacientes previamente tratados na instituição com radiocirurgia de isocentro único para duas lesões. A fim de estudar se as margens de setup foram suficientes para garantir a cobertura mínima desejada no GTV (V100% ≥ 95%), foram gerados planos com desvios teóricos de um milímetro e um grau. De tais planos de incerteza, foram avaliados os valores de cobertura da isodose de prescrição. Por fim, para correlacionar as variações de cobertura observadas com o volume das lesões e suas respectivas distâncias ao isocentro, um modelo computacional de aprendizado de máquina foi utilizado. Os erros de rotação foram muito mais significativos se comparados aos de translação, sendo responsáveis por decréscimo máximo de cobertura de 60%, aproximadamente. Qualquer desvio, translacional ou rotacional, impactou com significância estatística a cobertura do PTV. No entanto, somente os desvios nos eixos pitch (LR) e roll (PA) acarretaram em variação significativa da cobertura do GTV. Foi possível inferir, ainda, que existe uma correlação inversa entre os parâmetros avaliados e a diferença de cobertura; sendo que o volume dos alvos apresenta maior impacto dosimétrico se comparado com a distância ao isocentro. Conclui-se que, para a amostra avaliada, os limites aceitáveis para desvio de posicionamento do paciente foram suficientes para assegurar a cobertura do GTV para desvios translacionais de até um milímetro. Contudo, ao avaliar desvios rotacionais, 50% dos pacientes apresentaram cobertura do GTV insuficiente. Os dados indicam, ainda, que alvos menores e mais distantes podem ser mais impactados por desvios do posicionamento do paciente.
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